BigBiker`06 - 1a etapa - Relatos de prova

Se você quer relatar como foi a sua participação na prova, mande que a gente publica !

 

A festa do Bigbiker`06

 

Há quem diga que a escolha do nome é fundamental. Eu cá, tenho lá minhas dúvidas, porém, dou a mão à palmatória. Foi BIG!
A noite, quando chegamos, a efervescência no único shopping da cidade era demais. Quem tirava os kits, já tinha cara de ansiedade no rosto. Os reencontros com os amigos, o abraço carinhoso, as fotos, tudo fazia com que o clima, além da competição, fosse o de fraternização.

Terminada a entrega, as turmas foram saindo para o descanso sagrado dos guerreiros. No próximo dia, a arena preparada, estaria apta a receber os seus campeões.

 

O dia seguinte
 

A grandeza do espetáculo foi realmente um show! Ao nos aproximarmos da chegada, escutávamos o som e o burburinho dos bikers.

Tensão no ar. Aquele mar de ciclístas todos juntos, alguns tranquilos, outros circunspectos, decididos, eufóricos, temerosos e quantos adjetivos mais eu pudesse colocar, seria pouco. 

Além dos que iam sair naquele momento, tinham os outros, da largada seguinte. Festa, mesmo, foi encontrar a galera conhecida de tantas equipes. Cab, para variar, tinha a maior quantidade de ciclistas inscritos, 45 e outras tantas equipes, todas fazendo parte daquele festival de cores que foi a largada.

A precisão da turma do staff  se fez sentir nos primeiros momentos, quando, na partida, eles foram juntos, sem atrapalhar, numa harmonia que parecia ter tido ensaio anterior.

Saí da muvuca e fui para o ponto de apoio que ficava em Campos do Jordão, perto da antiga prefeitura. Encontrei-me com vários conhecidos e  instalei-me junto com o apoio do CAB.

Dai, eu que estava fazendo parte somente do apoio, fui catando informações daqui e dali, de quem tinha fôlego para contar.

Estávamos a mais ou menos 300 metros de onde os dois circuítos se juntavam e assim, podia ver quase todos os participantes. Deu 10:00 horas e nada.... 10:10, 10:20, 10:30 e ... o que está acontecendo? Era o que todos nós queríamos saber... tão diferente de participar, a espera gera uma ansiedade sem fim....

10:41 enfim, passa o primeiro! Passou feito um furacão, a respiração acelerada, mas pedalava em pé, como se fossem os primeiros quilômetros. Socava tantos os pedais, que parecia ter medo que alguém de trás o alcançasse.

Logo em seguida o segundo, e depois e tal qual uma avalanche, foram aparecendo os outros competidores. 

No mais profundo sentido da palavra... competiam, não só com o cara da frente ou o de trás, competiam consigo mesmos! Olhos injetados, rosto esgotado, e eles martelavam os pedais, 50, 100, 150, 200 e eu e o Juan (filho da Cristina, que competia pelo CAB), continuávamos a brincar de contar. 

O primeiro do cab que passou, foi o Murilo, mas foi rápido e logo ele partiu, depois, quando o Sérgio parou para pegar água foi que perguntamos o por quê da demora.

Daí a turma pró começou a contar....
Logo que a gente saiu, subida de cara. Todas elas, com pedras soltas, difíceis de escalar, porém não impossíveis. A cada subida de gente grande, mesmo com o tempo f
resco, tudo era calor, tá certo que fabricado pelos bikers mesmo, mas calor. 

Perto dos 25 km, junto a um jipe da equipe staff, a trilha se bifurcava. Os que iriam para a pró, pegaram à esquerda, os outros, dos 50 km, pegavam à direita, tudo extremamente demarcado.

Quando todo mundo pensou que ia dar uma refrescada de subida, o José Luiz escutou de um outro competidor... é.... agora é que a brincadeira começa!... e o Zé pensou... tomara que ele esteja errado... mas o cara não estava e lá na frente, todos os competidores viram um pesadelo de 10 km ininterruptos de uma escarpa íngreme e hehehehe impiedosa....

O Edy, de Sta Isabel, acostumado à subidas, com cãibras, Denis, idem, mas ele xingava muito, contudo, assim mesmo não pensaram um só segundo em desistir..

Tinha gente que você via que não aguentava mais, tanto de cansaço, como de cãibra mas ninguém dava o braço a torcer, a não ser que sua companheira não resistisse e os deixasse na mão. Bicicleta quebrada, prova abandonada, assim mesmo o Paulo, de Sta Isabel, com o câmbio quebrado, faltando as marchas mais leves, prosseguiu e terminou.

Ops!! Lá vem uma tandem... eta pessoal louquinho, fazendo os 60 kms!
Todos sem exceção falavam da subida dos 10 kms. Se fosse cair, só do lado esquerdo,
por favor, pois do outro, não caía, despencava.

Uma das meninas da Total Bike caiu, passou com braço ensanguentado, perna machucada e continuou bravamente a jornada.

Outro guri, sem manga de camisa, sem pedaço de bermuda, tingido tudo de sangue, passou, expressão distorcida pela dor, cansaço e obstinação.

Tudo fazia parte do espetáculo. Mais um ciclísta, o João, veio me mostrar a "cruel", que ele havia impresso e agora mostrava um desnível animal, dizendo que havia domado o bicho! Cara de satisfação maior... impossível...
E assim, aquele desfile ia passando... olha! O Anderson da bikexpress, passou, para
variar, pedalando forte, se misturando com a camisa verde, no verde das folhas... 

O Nilson da Urutu e mais um monte de Urutus antes e depois.... Os meninos do Lar Nossa Senhora, com toda a garra que dá arrepios só de ver...

Não podia também faltar, dando prá ver de longe, a galera do Green Bikers... e o único representante da bike courier... o Flávinho.

 E hehehe!! os Katzumen passando também!!!
Epa! mais uma tandem e com ela o Mixirica e o Carlos Alberto.

Os que paravam para repor água, tomar gatorade, power, comer barrinhas, só tinham elogios... pô que prova! Toda sinalizada, staff perfeito! Indicações precisas...
Já era quase 1 hora quando saí do meu posto de apoio. Eu fizera minha parte. Peguei a estrada para ver a chegada.
Durante a descida da Serra, mais ciclistas. Era o trecho de asfalto. Ali, o pessoal chegou a pegar 75 km, pedalando, socando tentando num último esforço, melhorar seus tempos.

Depois que eles desceram a serra pela rodovia, entraram em uma estrada de terra que deu acesso à cidade.

Dentro dela, viraram à direita e o último desafio, mais uma encosta, sendo que, no chão a galera lia: 500 mts para a chegada....

Chegou lá em cima? Então, para dizer adeus à trilha, um single track esperava a todos, dando adeus aos bikers, dentro do clube  e subitamente como por encanto, chegasse novamente ao burburinho efervescente, onde a multidão esperava a chegada de todos os seus campeões...

Se pegaram ou não um pódium, na verdade, pouco importava. Venceu o desafio? Passou no teste?

Então, o adesivo de participação tinha um sabor especial:


BIG BIKER 06 
Eu fui !


Super beijos
Ira

www.moonbikers.com

 

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Quando terminar vira honra.

 
Difícil, emocionante, em suma um desafio sem par, para mim foi um desafio além da conta, pois estava bem treinado ganhando posições na subida, mas que ao chegar no km 12, meu cambio se espatifou, deu um 'deliriuns tremens' nele que o danado enroscou no raio e aí fim de corrida!!, fim de corrida!?!? que nada, remendei a corrente e fui pois "retroceder nunca, render-se JAMAIS".
Resolvi ir até o fim apesar de ter percorrido apenas 1/4 do trecho, não queria voltar, queria é ir em frente, ajustei a corrente para o plano (coroa intermediária e catraca #3), cheguei no pé da montanha e reajuste da corrente para a montanha (coroa menor e catraca #1), tudo muito díficil pois sem cambio perde-se a pressão sobre a corrente e como o ajuste não fica dos melhores a corrente então estralava ou subia uma catraca, forçando todo o conjunto motriz, fazendo com que a bici ficasse completamente travada, mas vencendo este e outros desafios pessoais no final quando recebi a medalha de participação me senti meio Lance.

Gonga sua prova foi Duca, em Itanhandu estarei lá, eu e meus fiéis escudeiros, que pela primeira vez chegaram na minha frente, na próxina isso não ocorrerá(rsrsrs), e são eles
Rogerio=Birota e o Valmir, adoramos o dia de ontem.

Ah ! já ia me esquecendo estou aqui no trampo, eu e minha Gold Medal, todos estão
admirados e felizes com minha conquista.

 

Abraços.

Paulo Antonio Bretas Maduro - Santa Isabel/SP - Equipe Pedalação

 

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                                                         Minha primeira vez

Essa foi a 1° vez que participo de uma competição, e eu virgenzinho de tudo em competições e escolho logo de entrada o Big Biker. A galera do CAB havia feito o reconhecimento do percurso e já dava para ter uma idéia do me aguardava. No dia anterior a prova na hora do jantar é que me dei conta do lugar onde eu estava e o que eu iria fazer... nesse momento me deu certa ansiedade.
De volta ao hotel para uma merecida noite de sono, apesar de o colchão ser pequeno, estreito e mal caber uma pessoa (fiquei com metade da canela para fora) o que realmente atrapalhou um pouco foi que alguém estava roncando tanto q parecia uma serraria, não vou revelar os companheiros de quarto para preservar suas integridades (hehehehehe).
Pontualmente as 6:00 estávamos de pé e nos preparando para um reforçado café da manhã, quem iria correr na categoria Pró já estava pronto e dando os últimos ajustes nas bikes. Nunca tinha visto ao vivo tantos ciclistas reunidos, as 8:00 horas já estavam quase todos alinhados e se concentrando para largada, que foi feita ao som de solo de bateria, quando eles saem foi pura adrenalina, mas agora eu é quem tinha que me preparar para largado.
O Roni me deu algumas dicas e dividiu comigo 2 pacotinho de biscoito salgado (valeu brow), logo depois fomos para a vistoria e no alinhamos as 9:00, nossa largada foi as 9:30 e esses 30 minutos foram longos, quase intermináveis, quando o locutor deu a anuncio que já iria ser dada à largada, senti uma explosão de adrenalina no sangue e quando terminou o solo de bateria e dada à largada, foi uma muvuca só até sairmos no asfalto e só para começar bem era uma subida, o Roni disparou na frente, só fui vê-lo novamente na chegada, logo depois dessa subida entramos numa estrada de terra e morro abaixo, tava um poeirão enorme, não dava p/ enxergar muita coisa, mas pude ver que algumas pessoa caíram.
Passado esse primeiro susto veio um retão, eu havia amarrado minha bomba no quadro e tive a infelicidade de vê-la cair, voltei para pega-la e coloquei no Camelback e apertei a pedalada p/ recuperar o tempo perdido, no inicio foi uma sucessão de subidas e descidas fortes e teve bastante gente que não conseguiu fazer as curvas e caíram, passei por muitos pilotos com pneu furado, outros que desistiram e estavam retornando de carro, na minha cabeça só existia uma palavra: superação. Eu tinha que superar os obstáculos, o cansaço, as dores musculares e essa palavra fiz questão de gravar na mente e repetia ela sempre que uma obstáculo parecia muito difícil.

Mas a provação de verdade ainda estava para chegar, 10 km de subida com bom nível de inclinação, como eu não tinha ciclocomputer, o negocio era pedalar num ritmo cadenciado e sem parar ou pensar no quanto faltava para terminar, tinha muita gente pelo caminho, um em especial me chamou mais a atenção, um garoto que estava deitado num barranco com o pessoal do apoio, não parecia que ele tinha caído, mas estava com um aspecto horrível, quando faltava uns 3 km eu já estava com um dor lombar insuportável decidi parar e empurrar a bike, eu tava só o farelo, numa bica d'água no meio da subida havia um fotografo que me perguntou se eu iria desistir, minha resposta foi "Nunca, vou terminar essa prova nem que seja empurrando a bike", mas uma vez a palavra superação apareceu forte na cabeça, subi na bike e voltei a pedalar com mais determinação ainda, nem acreditei quando terminou aquela subida e avistei o apoio do CAB, um verdadeiro oásis no meio do deserto, para ficar perfeito só faltou uma Boemia bemmm gelada (hehehehe), fiquei parado por uns 10 minutos e segui mais descansado e revigorado, porém, minha alegria durou pouco, quando faltava mais ou menos 1 ou 2 km para terminar a prova, no meio de uma descida, tive um pneu furado e logo o de trás, após a troca da câmara é que percebo que minha bomba estava destroçada e sem a mínima condição de sequer apagar uma velinha, a frustração foi tão grande que joguei a bomba fora, só de pensar que havia chegado tão longe superado tantos obstáculos e ver tudo acabar por causa de um pneu furado foi dureza, fui empurrando a bike, foi decepcionante ver o pessoal me passando e sem nada poder fazer, até que uma alma caridosa me emprestou a bomba dele, não lembro o numero dele, mas se ele ler isso agradeço de coração a ajuda.

Rapidamente enchi o pneu e tome pedalada forte e como não podia deixar de ser, faltando 500 metros para terminar, uma subida de asfalto para de inclinada, já não estava com humor para aquilo e subi empurrando, alguns heróis subiram pedalando, após essa ultima subida já dava para escutar o som da chegada e era só passar por um single track e pronto, 3h 45 min. depois eu havia terminado minha primeira competição e graças a uma providencial e milagrosa massagem da Dra. Lidiane na tenda do CAB eu não fiquei travado.

 

Abraço a todos que competiram e terminando ou não o que realmente vale é ter tentado.

 
Alexandro F. Alves / CAB