O Caminhão Vassoura é meu e ninguém tasca !!!

 

Um biker veterano se declara dono do caminhão mais temido por qualquer atleta que se preze. Confira:

 

Depois da primeira edição do Bigbiker Super Edition não resta mas dúvida que um competidor apoiado pela FOX / SCATT BIKES tem lá uma boa dose de razão quando se intitula dono de fato e de direito do Caminhão Vassoura.

Essa história começou em 2005 quando da última etapa em São Luis do Paraitinga, e após pesquisa em nosso arquivo de notícias extraímos o seguinte trecho do artigo Veículos de Apoio do Bigbiker – Último competidor da Categoria Pró revela...: publicado em 05/09/05:

“... Exausto, ele pratica um “empurra bike” maneiro. Na altura do Morro do Chapéu Grande, ele fica intrigado, pois toda vez que ele dava uma paradinha para tomar um fôlego, o cortejo também parava. Os veículos desligavam os motores e aguardavam, numa respeitosa distância do cansado ciclista. Numa dessas aproximações, o motorista da ambulância, solícito, toma a iniciativa de uma conversinha:

− Tudo bem? Você precisa de alguma coisa? Água? Calorão hein. Mais aliviado ciclista responde:

− O senhor, por acaso, tem uma cervejinha aí? Sabe como é, tem carboidratos, ajuda a refrescar e repor energias.

− Isso não temos não. Amanhã tentaremos atendê-lo, tá bom?...”

 

Então, passados mais de dois anos, agora na primeira etapa do Bigbiker Super Edition ele se escreve na categoria PRO Veterano A. No sábado até que ele se dá bem, pois “iluminou-se” com três faróis na bike e dois no capacete, parecendo até uma viatura policial; termina a etapa noturna na 4ª colocação à frente de 26 ciclistas entre os da Pró e da Sport, no que pese tomar todos os cuidados, pois se declarou atento às palavras da senhorita Ardísia, pessoa que lhe é muito querida, cujas palavras pediam a ele cautela e que evitasse a todo custo quedas a fim de preservar sua boa condição física para a etapa da manhã seguinte, domingo.

No outro dia o sol apareceu forte e o céu límpido já dava o tom do calorão que se aproximava. Dada a largada, às 9 horas em ponto, este bike de numeral 098, pedalou forte até o quilômetro 51.

A partir daquele ponto a história desse aguerrido competidor começou a mudar. Como havia por impulso comprado uma sapatilha maior que seu número, bolhas se formaram em seus calcanhares, pois a subida do Morro do Chapéu “Mexicano”, assim apelidado por ele, devido ao tamanho do aclive, uma dureza só.

Quando já com a “língua de fora” consegue vencer o terrível subidão, o infeliz ciclista se depara com um novo desafio: O morro da Grama, uma trilha abandona para jipes ou veículos do estilo, toda esburacada, com uma inclinação de fazer chorar até o destemido Mario Roma.

Em e meio ao sofrimento recebe apoio do Jipe de Apoio da organização e ao chegar ao fim da torturante montanha ainda tem que ouvir as recomendações do Gonga, organizador da prova:

- Tudo bem professor? O senhor está gostando da prova? Ainda faltam 20 km, e à frente tem um Down Hill duro. O senhor vai ter que me prometer que vai descer com muita cautela. Está bem?

Resignado com as recomendações do Gonga, que já se consideram amigos e pelas palavras de sua amada Ardísia, ele despenca a mais de 50 por hora, uns cinco a menos do que gostaria, só para não dizerem que ele é insensível.

Quando ele pensava que se calvário havia terminado, eis que no estradão surge a nefasta figura do Caminhão Vassoura:

- Boa tarde moço – diz um dos ocupantes da cabine do caminhão. O senhor quer alguma coisa? Uma água, uma barrinha? Se preferir pode subir na carroceria e juntar aos seus cansados amigos.

- Obrigado mesmo, mas estou me sentindo quase bem e dá para segurar os vinte quilômetros que faltam quase numa boa. E mais uma coisa...

- Pois não meu senhor – responde gentilmente o fiscal.

- Não quero saber desse Caminhão nos meus calcanhares nas subidas que virão. Nas retas e nas descidas qualquer um se garante, Entendido?

           

E não é que o Caminhão Vassoura atendeu as imposições do competidor e parava nas subidas, a fim de guardar respeitosa distancia do ciclista turrão, já que nos demais trechos a buraqueira mantinha naturalmente a distância necessária à paz pedida.

Somente ao passar pelo portal de chegada é que o tal monstro sobre várias rodas despediu-se do Professor Arnaldo, ocasião em que se saudaram respeitosamente.

Horas mais tarde firmou um pedido à Organização para a adoção do Caminhão Vassoura como seu mascote de estimação nas futuras edições do Bigbiker.

Pediu ainda, que na porta ostente os dizeres.

“Propriedade temporária do Professor Arnaldo Mirandola de Farias”

É possível uma coisa dessas? A Gonga e a Marília têm que suportar cada mania de bikers, mas nem imaginavam que tanta loucura por competições chegaria a tanto.

 

Fissura por Mountain Bike dá nisso!

 

 

Professor universitário de Língua Espanhola, mas na verdade,

Ciclista e Competidor ( Entusiasta de Fé ).

Viajou de bicicleta pela Patagônia Argentina e adora participar

de todas ciclo viagens em que é convidado.

Curte competições de MTB de longa duração.